terça-feira, 29 de setembro de 2015

Black Widow In this Moment

maria brink

Venho hoje para falar de provavelmente o meu álbum preferido de todos os tempos: Black Widow, do In this Moment. 


Tumblr

Black Widow é uma prova concreta de que o In this Moment mudou e que essa não é apenas uma nova fase, mas uma nova identidade para a banda. Com uma pegada muito mais sombria e intensa, o novo álbum não só consagra essa identidade performática da banda, com seus clipes excêntricos e apresentações marcantes, como apresenta vários hits e tem popularizado bastante a banda como um todo. Mesmo sendo alvo de muitas críticas, é certo que o trabalho deles está se espalhando e alcançando muitos outros públicos, o que é excelente para qualquer artista.


homicidal queen | via Tumblr

Maria Brink, vocalista do In this moment, já deu várias entrevistas sobre o novo álbum e como ele é uma parte sombria dela mesma que ela decidiu abraçar. Por isso é um álbum um tanto quanto macabro, intimista e intenso. As letras são verdadeiras confissões e mostram as várias facetas dessa incrível mulher. O vocal também exprime essa intensidade, seja de maneira forte, potente e agressiva como só a Maria consegue fazer, seja de maneira frágil, ferida e quase um choro, mostrando um lado mais vulnerável que banda já tinha abordado tão bem em outros trabalhos.

maria brink

É interessante observar vários aspectos nas canções (nas letras, na musicalidade, até mesmo nas performances da banda): a decadência, a solidão, a mistura de amor e ódio, força e vulnerabilidade... Todos esses são traços marcantes e provavelmente o que faz com que tantas pessoas se identifiquem. Um dos pontos que mais chamou minha atenção no álbum é a faixa em que Maria simplesmente chora, mostrando exatamente esses aspectos tão presentes no trabalho deles e a sinceridade daqueles sentimentos, que são muito bem explorados. 

sex metal barbie



Para a nossa alegria, alguns dos clipes já foram lançados, e não deixaram a desejar: tem muita bizarrice, dança, cenários e figurinos extravagantes e escandalosos, um verdadeiro show não só aos ouvidos, mas também à visão. 

Sick like me 



Big Bad Wolf




Sex Metal Barbie




Obs: Esse é um clipe bastante interessante: a própria banda revelou que representa a maneira com que algumas pessoas os veem, distorcidos e monstruosos, o que não corresponde à realidade. 

Untitled



The Fighter e Out of Hell são duas faixas que merecem uma atenção especial: são as mais calmas e melancólicas do álbum. As letras trazem verdadeiras lições de vida, hinos dos rejeitados, e, em especial a segunda, possui vocais muito particulares que, mais do que todas as outras canções, se aproxima do choro e da lamúria, trazendo uma carga emocional ainda maior. É com muito carinho que finalizo essa postagem, e aguardo mais clipes e novidades da banda. 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A filha do louco


"Nos lugares mais obscuros, até mesmo o amor pode ser mortal".

O livro "A filha do Louco" possui a citada frase logo na capa e parece não estar livre do clichê eterno que persegue a literatura e, mais especificamente, a juvenil. Ganhei o livro de presente no meu aniversário de 18 anos e nunca tinha ouvido falar a respeito. Sem muitas pistas decidi me arriscar nesse livro de Megan Shepherd, inspirado na Ilha do Dr. Moreau, de H. C. Wells, que apesar de ser um clássico, também não era de meu conhecimento.
O livro é uma deliciosa surpresa. De clichê, sinceramente, não tem nada! Conta a história de Juliet Moreau, uma jovem sozinha e com uma vida difícil, que não consegue se desprender de seu passado. Juliet tinha tudo: uma família, uma casa e status na sociedade. Tudo isso mudou quando se espalhou um escândalo envolvendo seu pai médico; o pai desapareceu e sua morte veio à tona algum tempo depois, sem muitos detalhes, e ela e a mãe tiveram de lutar por sua sobrevivência quando toda a sociedade as virou as costas, até mesmo os amigos mais próximos do pai. A mãe de Juliet acabou morrendo anos depois de uma doença e num estado decadente, abandonando a jovem sem dinheiro, sem apoio e sem nenhum rumo na vida. Juliet foi forçada a amadurecer e trabalha como faxineira numa universidade, mas se vê constantemente seduzida pelos mistérios da medicina e por aquela curiosidade que herdou do pai. 
O livro é cheio de surpresas e falar sobre elas não seria nada menos que estragá-las e, consequentemente, roubar o que a história tem de melhor. O enredo é bem elaborado e cativante, os personagens misteriosos e apaixonantes e a escrita da autora também não deixa a desejar. O ponto alto da trama não é o romance ou o drama, mas o suspense que envolve cada página do livro e é muito bem trabalhado. O livro é considerado por muitos como do gênero "terror" e consigo entender bem: algumas passagens são tão bem escritas e sombrias, cheias de suspense, que você se vê capturado e às vezes até mesmo se assusta como se estivesse vivenciando aquela história também. 
Um dos melhores livros que li nos últimos tempos e recomendo demais!