Outro clássico, The Craft (Jovens bruxas, no Brasil) conta a história de quatro meninas que se veem envolvidas no misterioso e sedutor mundo da bruxaria. O filme é de 1996 e bastante inovador, e teve um papel importante para popularizar a cultura e moda gótica, além das crenças como da religião wicca. Além disso, dois dos atores principais mais tarde estrelaram em outro clássico, Scream (Pânico, no Brasil).
O filme conta a história de Sarah, uma adolescente que acaba de se mudar e encontra dificuldades em se enturmar no colégio. Como todos nós já experienciamos, a vida nas escolas, principalmente no ensino médio, pode ser muito difícil. Existem os populares que ditam regras, e aqueles que não se encaixam são vistos como esquisitos; são excluídos e atacados, deixando marcas para a vida inteira. A adolescência é uma época difícil não só por esse fator, mas também por ser uma fase de descoberta e incerteza em todos os âmbitos da vida, principalmente quanto à identidade. Ser o novato é outra experiência traumatizante, em especial quando se tem dificuldades em se encaixar nas panelinhas e não está disposto a mudar sua personalidade para ser aceito.
É o caso de Sarah, que só é abordada pelo garanhão do colégio, Chris, que imediatamente começa a investir nela. Todos evitam um grupo específico de meninas e a alertam Sarah a não se aproximar delas, mas tudo isso é em vão, já que aos poucos essas meninas se tornam as únicas e melhores amigas de Sarah.
Um dos trechos preferidos pelos fãs.
As meninas são chamadas de bruxas: Nancy é a líder, irreverente e ao mesmo tempo fechada às outras pessoas, Bonnie é a reservada e estranha e Rochelle é a gentil e fiel companheira das outras duas. O que as exclui dos outros são suas personalidades e características, foras do padrão daqueles jovens. Nancy é ousada e independente e tem um visual incrível gótico, e por isso é chamada de "galinha". Já Bonnie é quieta, está sempre vestida com muitos casados e parecendo se esconder, e as pessoas especulam que seu corpo seja horrível e marcado. Por fim, Rochelle é meiga e agradável, mas sofre preconceito por ser negra e por ter gostos diferentes, o que faz com que as três se identifiquem tanto.
As meninas frequentam regularmente uma loja de itens místicos e se interessam por bruxaria. Acreditam que nada do que têm feito até então funciona pela falta de um quarto elemento, que logo descobrem estar bem próximo a elas, e por isso se aproximam de Sarah. As quatro descobrem que agora têm o poder necessário para alcançar o que tanto almejam, e não medem esforços para isso.
O visual de cada personagem não é a única coisa que merece destaque, mas também a trilha sonora, os ideais e críticas contidas no filme, e todos os aspectos que fazem dele um clássico. O tempo passa, mas algumas coisas não mudam, como o bullying e a exclusão de tudo o que é diferente, tanto na escola, quanto na sociedade. É na adolescência que nos preparamos para a idade adulta e descobrimos que as coisas serão exatamente daquela maneira, e que alguns de nós sempre serão julgados pela roupa que vestem, pela cor da pele, pelas cicatrizes no corpo, ou até mesmo pelo simples fato de ser de um gênero, e não de outro.
Nancy é minha personagem preferida apesar de tudo, não só pelo estilo, mas pelos seus ideais. Ela é uma garota forte, ousada, irreverente, à frente de seu tempo. Não se prende aos rótulos que as pessoas dão a ela e corre atrás de seus objetivos, e isso fica especialmente claro com relação a Chris, um machista idiota, para quem ela não abaixa a cabeça. Aliás, não abaixa para ninguém.
Linda Nancy.
O filme conta com dramas adolescentes, fantasia relacionada à bruxaria e tudo isso se mistura de uma maneira divertida e sombria. Um dos filmes preferidos de toda bruxa!